Translate

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Cruzeiro pelo mar Báltico com a NCL


Passada a pior fase da pandemia e com as vacinas em dia, após três cancelamentos nos últimos dois anos, finalmente pudemos fazer o tão sonhado cruzeiro pelo mar Báltico. No início de 2022, quando tudo parecia estar caminhando para dar certo, com a invasão da Ucrânia pela Rússia ainda foi preciso realizar uma última remarcação e, infelizmente, devido às circunstâncias,  a tão sonhada São Petersburgo ficou fora de nosso roteiro. Um pouco frustrante no início, mas com final feliz!

Nosso cruzeiro foi em agosto de 2022, pela NCL – Norwegian Cruise Line.




Esta foi minha estreia em navios e surpreendeu bastante positivamente.

Nossa rota iniciava em Copenhagen, na Dinamarca, com paradas na Alemanha, Polônia, Lituânia, Letônia, Estônia, Finlândia e Suécia.

 

Mapa com as paradas do navio

Para elegermos este roteiro, nossos principais critérios foram:

1) saída de Copenhagen; e

2) mínimo possível de dias de navegação (dias sem paradas em portos).

Neste roteiro não havia nenhum dia sem parada portuária. O tempo de navegação sempre iniciava no entardecer, víamos o pôr do sol em auto mar e na manhã seguinte já estávamos ancorados em um país diferente. Já imaginou? 😀

Um ponto que não poderia deixar de mencionar é que neste tipo de viagem é possível percorrer 9 cidades em 8 países, em apenas 10 dias, sem o "paranauê" de check-in/check-out, arrastar mala, correr para a estação, etc. Afinal, em um cruzeiro, você desfaz a mala uma única vez e sua “acomodação” te acompanha além-mar! Muitas atrações e pouco estresse 😎.

Bom, vamos ao que interessa! Após dois dias explorando Copenhagen, embarcamos no navio Down, da NCL. A estrutura era fantástica, com várias opções de restaurantes, bares, entretenimento e atrações culturais e artísticas. As refeições estavam incluídas, com excelentes opções “a la carte” para os jantares. Havíamos adquirido o pacote de bebidas e não nos arrependemos, pois ao consultar os cardápios, vimos que os valores eram bem salgados, na faixa de U$10 a U$15 cada drink. Não daria para relaxar, não é?



Adquirimos também um jantar em um dos restaurantes de especialidades. Reservamos o francês “Le Bistro” e apreciamos um excelente Tournedos Rossini. Foi ótimo, claro, mas pela qualidade dos pratos e serviços que vimos nos restaurantes “a la carte” que estão incluídos no cruzeiro, não creio que haja necessidade de pagar a mais pelos restaurantes de especialidades.

Restaurante “Le Bistro”


Quanto às atrações, sempre havia algo acontecendo. Jogos de perguntas, bingo, cassino, aulas esportivas, música no piano bar etc. No entanto, o que mais nos atraia eram os shows na área da piscina, que ocorriam por volta das 16h/17h, as apresentações no teatro – surpreendentemente boas, algumas lembravam as de Las Vegas ou o Cirque du Solei – sempre às 20h, e os shows da Banda Sea Shakers, à noite, na boate. 

O quarto era simples e funcional e atendeu bem no pouco tempo que passamos nele. A camareira era extremamente simpática e o arrumava 2 vezes por dia. Quando voltávamos dos passeios, no fim da tarde, sempre havia um "jornalzinho" com a programação e informações importantes para o dia seguinte. Na TV também havia canais que mostravam o mapa, o clima na área externa, informações sobre restaurantes, SPA, etc...   


Passeios em terra

Para quem tem pique, gosta de caminhar e não liga de utilizar transportes públicos, não há necessidade de adquirir no navio as excursões em terra, geralmente muito caras. No meu caso, adoro planejar roteiros e explorar as cidades como os moradores locais e as excursões não fizeram falta em nenhuma parada.

Porto de partida: Copenhagen

Chegamos à capital da Dinamarca 2 dias antes da data de embarque no navio. Este prazo, além de ser fundamental para nos ambientarmos e conhecermos a cidade de partida, nos salvou em um grande imprevisto: Nossas malas foram extraviadas pela companhia aérea e ficamos mais de 30h com a roupa do corpo 😧. Graças a este breve prazo antes do embarque no navio conseguimos reaver nossas bagagens em tempo de partirmos tranquilos no cruzeiro.

Copenhagen é uma cidade cheia de atrações e extremamente cara (complicado ficar muitos dias). Tivemos um dia e meio para conhecê-la, um pouco prejudicado pela questão da bagagem, mas conseguimos aproveitar bastante.

Copenhagen

Copenhagen

Copenhagen

 

1º porto: Warnemunde e Rostock (Alemanha)

Após uma primeira noite explorando o navio, na manhã seguinte, tivemos nossa primeira parada na Alemanha. O porto fica em Warnemunde, que é bonitinha e tem até praia, mas sem muitas atrações.

Warnemunde

Warnemunde


Após darmos uma volta por lá, tomamos um trem para Rostock cuja estação de partida se localiza no próprio porto. Esta sim, uma cidade maior, com “assunto” para um dia inteiro.


Rostock



Havia a possibilidade de fazer um “bate e volta” a Berlim, mas perderíamos muitas horas do dia em ônibus ou trem.

2º porto: Gdynia e Gdansk (Polônia)

Varsóvia, capital da Polônia fica a 300km de Gdynia, onde aportamos, logo, fora de cogitação conhecer. Passeamos um par de horas pela cidade portuária, Gdynia, e tomamos um trem para Gdansk. Alguém já ouviu falar deste lugar? Eu não havia... Resultado: Gratíssima surpresa! Gdansk é uma daquelas cidades em que a cada esquina nos sentimos dentro de um cartão postal.  Foi um dos pontos mais altos de toda a viagem. 

Gdansk

Gdansk

Na região do Báltico fica o maior depósito do mundo de âmbar, uma resina fossilizada de árvores de 50 milhões de anos, proveniente de uma grande variedade de pinheiros extintas há milhares de anos. 

Âmbar do Báltico
Fonte: www.ambarbaltico.com.br



Em todos estes países há uma gama de lojas de peças e jóias feitas com esta resina. Em Gdansk há um museu do âmbar localizado no centro histórico da cidade.


Vitrines de peças de âmbar

 

3º porto: Klaipéda (Lituânia)

Esta foi a parada mais sem graça do roteiro. Não tinha muitas atrações na cidade e quando havia, eram distantes e abaixo da expectativa. A dica aqui é conhecer somente os pontos mais próximos ao canal, onde está ancorado um charmoso barco a velas - restaurante. 

Klaipéda

Klaipéda


Os parques do entorno são agradáveis para um passeio e os pequenos bares e restaurantes à margem do rio nos convidam para um drink.

Dia de retornar mais cedo para o navio, descansar e aproveitar as atrações de lá também!

4º porto: Riga (Letônia)

Na manhã seguinte chegamos a Riga com grandes expectativas. A cidade é incrível e cheia de atrações.

Riga

Riga

Em todos os países que margeiam o Báltico há muita história, principalmente relacionada às invasões soviéticas e alemã. Museus da KGB e homenagens a judeus perseguidos e dizimados são comuns. Dentre tantos fatores, o que mais impressiona é a notável resiliência dos moradores destas cidades, que mesmo após tanto sofrimento e injustiça colocam de pé a cidade, suas vidas e um sorriso no rosto. Uma lição de vida!

5º porto: Helsink (Finlândia)

Tínhamos dois dias para conhecer a capital da Finlândia. Lá o porto fica um pouco mais afastado das principais atrações, mas assim que descemos do navio, avistamos placas ofertando transfer de ônibus para a área central da cidade com saídas a cada 20min. Uma mão na roda! (Ida e volta por 9 euros).

Optamos por aproveitar bastante este dia, indo pela manhã à famosa ilha de Suomelinna e, à tarde, percorrendo as principais atrações de Helsink, que incluem a linda catedral, a animada praça do mercado, o museu Ateneum e a Catedral ortodoxa oriental Uspenski, feita de tijolos vermelhos.

ilha de Suomelinna

Helsink

Helsink

No dia seguinte, demos um descanso para as pernas e passamos o dia no navio, afinal estávamos caminhando, em média, 15km por dia e esta pausa foi muito bem-vinda.

6º porto: Visby (Suécia)

Visby é a capital da ilha sueca de Gotland, destino de verão de muitos nórdicos. Lá a história da era viking se encontra com uma paisagem natural encantadora e ao entrar na ilha, parece que voltamos no tempo.

Por sorte, nosso navio atracou em Visby em um domingo e fomos agraciados com uma feira medieval muito interessante. Tanto os vendedores quanto os visitantes trajavam roupas medievais. Havia crianças, bebês e adultos descalços pelo chão arenoso, artefatos medievais expostos e cortes rústicos de carne sendo assados em fogueiras. Enfim, parecia uma cena de filme.


Visby (Gotland)




Feira medieval em Visby (Gotland)


7º porto: Tallinn (Estônia)

A Estônia é dos três Países Bálticos (Lituânia, Letônia e Estônia) o que fica mais ao norte. Ainda bem que fomos no verão, caso contrário o frio seria “cortante”.

O centro histórico da capital Tallinn é muito bem conservado, com muralhas, torres medievais e passagens antigas, revestidas em pedra.

A praça principal, onde fica a prefeitura, é o ponto alto da cidade, mas seguir pela Rua Viru até o Viru Gate também é surpreendente.

Viru Gate


O Viru Gate é um dos principais acessos à cidade velha


Catedral de Alexandre Nevsky

Como estamos em 2022, tempos de guerra na Ucrânia, nestes países que visitamos presenciamos várias manifestações pelo fim dos ataques russos. Em quase todos vimos a bandeira ucraniana hasteada nos principais pontos turísticos em apoio ao país invadido.

Manifestações contra a invasão russa na Ucrânia

Manifestações contra a invasão russa na Ucrânia

   

8º porto: Estocolmo (Suécia)

Na capital da Suécia se encerrava nosso cruzeiro. Aportamos cedo, tomamos um belo café da manhã e desembarcamos. A saída do navio é simples e sem burocracia. É possível solicitar o desembarque das malas antes do café e, em seguida, se dirigir “leve” ao saguão do porto.

Após o desembarque, tomamos um ônibus para o centro de Estocolmo. Deixamos as malas no hotel e seguimos para as principais atrações. Tínhamos apenas este dia para revirarmos uma cidade incrível, que merecia pelo menos três dias inteiros. 

Estocolmo

Estocolmo

Estocolmo

Fim de uma jornada intensa e marcante, do jeitinho que a gente gosta! ✌


Nenhum comentário:

Postar um comentário