Acabamos de voltar de uma viagem pelo Uruguai e preparei um relato bem detalhado para todos que desejam conhecer este encanto de país, vizinho do Brasil.
Praça da Independência
Montevidéu
Tínhamos
somente cinco noites e nossa ideia era conhecer o máximo possível deste pequeno
país latino, de 3,5 milhões de habitantes, dos quais 1,8
milhão vivem na região metropolitana de Montevidéu.
Fomos sabendo que não encontraríamos nenhuma
Buenos Aires, com suas inúmeras atrações e belezas. Desta forma, buscamos
visitar lugares específicos, indicados por amigos e blogs de viagem, que
acabaram nos proporcionando uma viagem maravilhosa.
Montevidéu
Saímos de Belo Horizonte pela manhã e
chegamos no meio da tarde em nosso hotel, em Montevidéu, para passarmos as três
primeiras noites.
No aeroporto alugamos um carro e o
estacionamos com facilidade em vagas reservadas para os hóspedes, em frente ao
hotel My Suites localizado no bairro de Punta Carretas. Não há necessidade de
estar de carro em Montevidéu, pois o transporte público funciona bem e as
vinícolas e principais restaurantes da cidade oferecem serviço de translado, o
que é uma mão na roda quando se deseja degustar os vinhos da região.
Os bairros de Punta Carretas e Positos,
localizados lado a lado são ótimas opções para hospedagem, pois contam com ruas
agradáveis, inúmeras casas de câmbio, mercadinhos, restaurantes, enfim, tudo o
que o turista precisa.
Concentramos nosso tour por Montevidéu neste
final de tarde e vimos tudo o que desejávamos em menos de 4 horas. Caminhamos
até o Shopping Punta Carretas, passeamos e lanchamos um chivito, um tradicional
sanduiche recheado com um bife bem fininho e macio preparado na chapa. De lá,
tomamos um ônibus para a Cidade Velha. O valor da passagem de ônibus, que pode
ser adquirida diretamente com o trocador, é similar ao que pagamos hoje em Belo
Horizonte, cerca de 5 reais.
Shopping Punta Carretas
Shopping Punta Carretas
Chivito
Fonte: Tripadvisor
A Cidade Velha concentra os principais pontos
turísticos da cidade e possui quarteirões fechados para pedestres, cheios de
lojinhas e galerias de arte que tornam a caminhada muito agradável.
Cidade Velha
Cidade Velha
Desembarcamos do ônibus em frente ao Mercado
del Puerto, muito indicado por alguns para almoçar e bem criticado por outros,
que afirmam ser um local “pega turista” e de atendimento ríspido nos horários
de pico. Chegamos antes do horário do jantar e a parrilla do famoso El Palenque
ainda estava praticamente vazia, bem como o local.
Restaurante El Palenque
Parrilla do restaurante El Palenque
Mercado del Puerto
Achei lindo o Mercado, repleto de parrillas e
lojas, e a tranquilidade por estarmos praticamente sozinhos por ali provavelmente
nos proporcionou uma contemplação mais meticulosa e sem esbarrões.
Partimos do Mercado a pé rumo a Plaza
Independencia. No caminho passamos pelo Museo Andes 1972, dedicado ao voo que
caiu nos Andes e pela calle Sarandí, onde fica o Museo Torres Garcia.
Ao fundo, o Museo Torres Garcia
A Plaza Independencia é um dos marcos de
Montevidéu. Lá estão o Palacio Salvo, o Teatro Solís e a sede do Governo do
Uruguai. No centro da praça, um monumento com a figura de José Artigas sobre um
cavalo.
Plaza Independencia
Sede do Governo Uruguaio
Teatro Solís
Ao fundo, o famoso Palácio Salvo
Após várias fotos, seguimos de ônibus para o
nosso hotel e jantamos uma bela parrilla nos arredores, no simplório A
Pulperia, que não tem nada de pulperia (restaurante que serve polvo). Este
local estava muito bem avaliado no TripAdvisor e, caso deseje conhecê-lo, tudo
o que posso dizer é que comerá em um boteco, após uma fila de pelo menos 20
minutos, uma das melhores carnes da sua vida. O preço? Excelente.
Para o dia seguinte realizamos uma reserva na
bodega (como são chamadas as vinícolas no Uruguai) Bouza – uma das mais
profissionais em termos de boa recepção aos turistas. Esta bodega fica a
aproximadamente uma hora de van de Punta Carretas, considerando todas as
paradas, o que não foi um empecilho tendo em vista que fomos nos divertindo com
os comentários do condutor Ricardo e com uma excelente conversa com um casal de
uruguaios que se sentou ao nosso lado.
Bodega Bouza
Bodega Bouza
Bodega Bouza - Passeio pelos vinhedos
Bodega Bouza - Vinhas de Tanná
Bodega Bouza
Bodega Bouza - Salão de Degustações
Bodega Bouza - Salão de Degustações
Um charme!
Bodega Bouza - Salão de Degustações
Bodega Bouza
A Bouza oferece ao visitante a opção de realizar
a visita seguida somente pela degustação ou por um almoço servido em cinco
tempos, sendo três pratos de entrada, um principal e uma sobremesa. Elegemos
esta segunda opção e, apesar do valor salgado de U$75 por pessoa, não nos
arrependemos. Há duas opções de menu e cada prato segue harmonizado com uma
taça de vinho generosamente servida. Cada um de nós selecionou um menu e,
assim, tivemos a oportunidade de degustar 10 tipos de vinho da bodega.
Bodega Bouza - Restaurante
Bodega Bouza - Restaurante: Menu degustação
Bodega Bouza - Restaurante: Menu degustação
Bodega Bouza - Restaurante: Menu degustação
Bodega Bouza - Restaurante: Menu degustação
Bodega Bouza - Restaurante: Menu degustação
A principal cepa de uva no Uruguai é a Tanná que, antes desta viagem, não era tão admirada por mim. Agora, posso dizer que,
sabendo escolher um Tanná tratado com carinho no carvalho por uma boa bodega, é
possível degustar um vinho sensacional.
Depois deste banquete, fomos à loja de vinhos da bodega e conhecemos um grupo de viajantes brasileiras muito simpáticas. Elas se formaram juntas e realizaram esta viagem para celebrar a amizade que perdura!
Tiramos uma foto com elas e retornamos à nossa van
ainda mais alegres e enturmados do que na ida.
Bodega Bouza - Simpático grupo de brasileiras
Ainda neste segundo dia de viagem, à noite
fizemos uma reserva no restaurante Primuseum, localizado na Cidade Velha. O
restaurante cobrava U$60 por pessoa por um jantar em três tempos, com vinho
liberado, translado e um belíssimo e intimista show de tango, com músicos e um
casal de dançarinos. Mais uma vez, uma refeição maravilhosa e animada.
Montevedéu - Primuseum
Montevedéu - Primuseum
Montevidéu está localizado a aproximadamente
1h30 de carro da região de Canelones, de onde saem os melhores vinhos Uruguaios
de vinícolas como a H. Stagnari e Pizzorno. Não fomos até lá desta vez, mas
fica a dica.
Em nosso último dia em Montevidéu, realizamos
um "bate e volta" a Punta del Este, localizada a 2 horas de viagem (cerca de
170km).
Punta del Este
Punta del Este é o principal balneário do
país, atraindo na curta alta temporada, que vai do Natal até 31 de janeiro, uma
gama de turistas da Argentina, Brasil e Montevidéu.
Punta del Este
Nesta ocasião a cidade se enche de festas e
vida. Os paradores localizados nas praias ficam a todo o vapor, sendo
necessário muitas vezes que se realize reserva para conseguir uma mesa.
Nossa viagem foi no final de março, logo, um
ventinho frio já espantava os banhistas das praias. Tratamos de conhecer as
principais atrações, almoçar e seguir de volta para Montevidéu, não sem antes,
é claro, de deixar umas moedinhas no Cassino do Conrad.
Para se conhecer Punta del Este é
fundamental que se esteja de carro ou em uma excursão, pois, as atrações não
estão localizadas próximas umas das outras.
Punta del Este
(Clique na imagem para ampliá-la)
Assim que chegamos, por volta das 11h,
seguimos direto para a Casapueblo, construída pelo artista e arquiteto uruguaio
Carlos Páez Vilaró como sua casa de veraneio. Atualmente lá funciona um hotel,
um pequeno restaurante e um museu, dedicado ao artista e suas obras, mas o que
mais encanta aos visitantes, sem dúvidas, é sua arquitetura pitoresca.
Punta del Este - Casapueblo
Punta del Este - Casapueblo
Punta del Este - Casapueblo
Punta del Este - Casapueblo
Punta del Este - Casapueblo
Punta del Este - Casapueblo
De lá, voltamos ao nosso carro e seguimos
para o emblemático Hotel Conrad e seu Cassino, muito bonito por sinal. Deixamos
alguns dólares por lá. O suficiente para garantir a diversão.
Punta del Este - Conrad Hotel e Cassino
Punta del Este - Cassino
Punta del Este - Cassino
Almoçamos lá por perto, em um simpático
restaurante de frutos do mar e partimos para conhecermos as últimas atrações de
Punta.
Punta del Este - Restaurante Leonardo Etxea
Punta del Este - Restaurante Leonardo Etxea
Punta del Este - Restaurante Leonardo Etxea
Visitamos uma deserta Praia Brava, localizada
em mar aberto e que, como o próprio nome diz, possui ondas. Estacionamos com
traquilidade onde na alta temporada costuma ser uma tarefa complicada.
O mar não tem muita graça, com águas turvas e
frias. O diferencial do local é a limpeza, os quiosques incrementados e o
movimento que recebe em janeiro.
Punta del Este - Praia Brava
Punta del Este - Praia Brava
Outra praia famosa é a Playa Mansa, banhada
pelo rio da Prata. Uma grande vantagem por aqui, é que a praia é voltada para o
oeste, logo, é apropriada para contemplar o pôr-do-sol.
Finalmente, fomos conhecer o cartão postal do
balneário: o monumento A mão.
Punta del Este - A mão
Fotografamos e seguimos viagem para nossa
última noite em Montevidéu, onde realizamos uma degustação de vinhos e azeites,
cortesia do Wine Bar do nosso Hotel.
Colonia del Sacramento
Colonia é aquela cidade histórica pequena,
repleta de restaurantes e lojinhas, onde a diversão está em se perambular pelas
vielas, contemplar as casas coloniais, árvores e jardins majestosos, curtir um
bom vinho ou simplesmente assistir ao pôr-do-sol da marina.
Colonia del Sacramento
Colonia del Sacramento
Fizemos tudo isso e foi muito bom.
Nos perdemos pelas ruas de calçamento
português e tivemos belas surpresas, como a basílica do Santíssimo Sacramento,
mais bonita por fora do que por dentro, vale apontar.
Colonia del Sacramento - Basílica do Santíssimo Sacramento
Colonia del Sacramento
Chegamos na cidade por volta do meio dia,
passeamos brevemente pelos arredores do hotel e, seguimos para o
recomendadíssimo, porém distante restaurante Las Liebres.
Colonia del Sacramento - Restaurante Las Liebres
Colônia del Sacramento
(Clique na imagem para ampliá-la)
No caminho, passávamos pela avenida costeira
quando nos deparamos com o letreiro de Colonia. Aproveitamos para fotografá-lo.
Colonia del Sacramento
O restaurante foi um espetáculo. Comida
maravilhosa, vinhos de qualidade, serviço atencioso e um visual de tirar o
folego. Valeu cada quilômetro percorrido.
Colonia del Sacramento - Restaurante Las Liebres
Colonia del Sacramento - Restaurante Las Liebres
Colonia del Sacramento - Restaurante Las Liebres
Estávamos hospedados no Radisson, à beira do
rio da Prata e o cassino se localizava na mesma quadra. Nos aventuramos
novamente e, pela primeira vez na história, saí dos caça níqueis com lucro!
Dois dólares...
Curtimos as generosas instalações de lazer do
nosso hotel e saímos no fim da tarde para assistirmos ao pôr-do-sol da marina.
Colonia del Sacramento - Marina
Passeamos pelo centro histórico e pela
Avenida General Flores, cheia de lojinhas e restaurantes. Terminamos a noite na
pizzaria Napo.
Colonia del Sacramento - Pizzaria Napo
Na manhã seguinte tomamos um ótimo café da
manhã contemplando o rio da Plata e seguimos para a aguardada região das
vinícolas de Carmelo.
Carmelo
Prepare-se para se sentir como um velho amigo
em uma visita de cortesia. Em Carmelo, fomos a várias vinícolas recomendadas e
em muitas delas, os atendentes só faltavam pegar uma taça para nos acompanhar
nas degustações.
Praticamente no meio do caminho entre Colonia
e Carmelo tomamos uma estradinha de terra para conhecermos a mais antiga
vinícola, ainda em operação, do Uruguai.
A bodega Cerros de San Juan possui 160 anos e
teve seu ápice na década de 1990. Hoje, por diversos problemas relativos ao
governo, má gestão e clima, passam por uma crise. Ainda assim, nossa visita
guiada pelo simpático e falante Marcelo teve seus encantos.
Bodega Cerros de San Juan
Bodega Cerros de San Juan
Bodega Cerros de San Juan
Bodega Cerros de San Juan
Conhecemos a rusticidade do processo
produtivo e de fermentação, bem como a encantadora Casa de Pedras, que guarda
um acervo de vinhos incrível em seu porão.
Bodega Cerros de San Juan
Casa de Pedra
Bodega Cerros de San Juan
Casa de Pedra
Bodega Cerros de San Juan
Casa de Pedra
Bodega Cerros de San Juan
Casa de Pedra
Degustamos quatro vinhos acompanhados por uma
farta tábua de frios e pagamos cerca de R$100 por pessoa. Ficamos por lá de 11h às
14h e precisamos interromper uma ótima conversa, pois, ainda tínhamos muitos
planos para esta tarde.
Bodega Cerros de San Juan
Casa de Pedra
Degustação
Chegamos à vinícola e pousada Campotinto que,
infelizmente, não ofereceria degustações de vinhos naquele dia. Passaríamos a noite ali, bem perto das parreiras.
A pousada nos emprestou bicicletas e seguimos
ao lado dos vinhedos por uma estradinha de terra rumo à bodega El Legado.
A El Legado é uma vinícola nova, pequena e
familiar que vem ganhando admiração e espaço no Uruguai devido aos vinhos de
qualidade Tanná, Syrah e blend, todos passando pelas barricas de carvalho.
Fomos recebidos pela família e nos juntamos
ao simpático canadense Jaxson para realizarmos o tour pelo vinhedo e local de
produção. A melhor hora chegou, com a degustação dos três vinhos generosamente
servidos.
O Federico que nos recebeu sentou-se em nossa
mesa, conversamos e rimos bastante.
Já era tarde quando seguimos em nossas
bicicletas rumo ao centrinho de Carmelo para jantarmos.
No caminho, vinhedos e o pôr-do-sol.
No dia seguinte, antes de retornarmos para
Colonia del Sacramento onde devolveríamos nosso carro e tomaríamos um barco
para Buenos Aires, conhecemos a vinícola Narbona, que possui pousada e um empório encantador.
Empório da vinícola Narbona
Empório da vinícola Narbona
Empório da vinícola Narbona
Restaurante da vinícola Narbona
Restaurante da vinícola Narbona
Em Colonia, antes de seguirmos para o porto, fomos ao Gibellini, um pequeno restaurante italiano, muito bem
decorado e intimista. A comida, porém, foi mediana e os preços altos, mas a maior decepção foi
que não aceitavam cartão de crédito, logo, perdemos o desconto de 22% de IVA.
Colonia del Sacramento - Restaurante Gibellini
Colonia del Sacramento - Restaurante Gibellini
O embarque para Buenos Aires foi muito
tranquilo e agradável. Caso deseje ler um relato completo sobre a capital porteña, clique
aqui.
Bônus!
Algumas dicas e informações importantes sobre
o Uruguai:
- Não há necessidade de cambiar grandes aportes de moeda para se conhecer o Uruguai, pois lá é muito comum aceitarem dólares e reais. Trocamos um pouco para compras pequenas, passagens de ônibus e pedágios.
- Aproveite para usar seu cartão de crédito. É isso mesmo que você ouviu. Mesmo pagando os 6,38% de IOF ao Governo Brasileiro, optando por esta modalidade você terá um desconto automático de 22% relativos ao IVA uruguaio (o ICMS deles). Esta vantagem é aplicada somente em restaurantes e locadoras de veículos, ao efetuar o pagamento com um cartão de crédito internacional.
- O Uruguai é um dos países mais seguros da América Latina e logo notamos que as grades das casas, mesmo na capital, não são tão altas e vimos pessoas caminhando à noite sozinhas e tranquilas. Acabamos nos sentindo confortáveis por lá inclusive enquanto deixávamos o nosso veículo estacionado na rua.
- Não há muita vantagem em se realizar compras no Uruguai. As coisas por lá são ainda mais caras do que no Brasil, inclusive a comida.
- Não espere muitas atrações no Uruguai como vemos na capital da Argentina, Buenos Aires. Para realizar uma viagem ótima como a nossa, pesquise e reserve lugares, como vinícolas e restaurantes conceituados.
Se
tiverem dúvidas ou comentários, basta colocá-los logo abaixo! : )
Adorei o post!! Fiquei com vontade de ir!
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